quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal Natal e Proformas da Vida

I wonder how many times you've been had
And I wonder how many plans have gone bad
I wonder how many times you had sex
I wonder do you know who'll be next
-       Sixto Rodriguez

E sonhos estrambólicos com um puto freak muito loiro, tão loiro que não tinha sobrancelhas. Cheio de atitude, de uma vida na rua e nos parques de skate que faz viver mais anos que os anos cronológicos, o que eu por um lado gosto, mas por outro lado me assusta um pouco.

Se já tens tanta lata aos 19 anos, como é que vai ser daqui a mais 10...? Olha que eu gosto que venerem o chão que piso! Mas não demais.

E andar a rebolar na relva, naquele estado em que ainda não aconteceu nada, porque não aconteceu nada fisicamente, mas que na tua cabeça já aconteceu tudo. E pensar se isso é o suficiente para ser considerado desleal. Porque na realidade não estou com um freak loiro, e olhos azuis são ciúme, verdes traição, e os teus lindos olhos castanhos é que é. Bolas, os meus são verdes. Porcaria de música, nunca gostei dela.

O teu rosto tão perto do meu que só falta mesmo tocarmo-nos, porque se eu tivesse uma alma já te tinha tocado.

E querer muito que aconteça, mas ao mesmo tempo já saber que não ia dar certo. Porque na realidade a única coisa que eu ainda não sei é what the heck é que ia dar certo, e, se der certo, se eu quereria isso. Porque imagina que dá meio certo aqui, e depois o três quartos de certo está em Brisbane, Queensland.

Cruzei-me com um ex-colega de escola, há uns dias, conversa de circunstância e de boas festas, e perguntei-lhe se já estava casado e com filhos... dizia que filhos não, mas que casado até gostaria. E a mim dá me um arrepio por todas estas coisas convencionais. Não quero. Não quero esses proformas da vida. Como não quero proformas de Natal.

E agora podemos inserir aqui que casar não tem de ser assim, e que dá para ser casado e rebelde e tudo isso. Força! Quero voltar àqueles dias em que tinhamos 17 anos e estavamos acampados na neve a olhar para as estrelas, e não a falar de como até gostaríamos de “assentar”. Assentem aí, que eu vou ali e já volto. Cougar workshop, ou whatever.


Um amigo publicou-me uma frase de Henry David Thoreau no meu perfil de FB: “All good things are wild and free”. Acho que não estou pronta para não ser wild e free. E para mim, faz parte não saber onde é que vou. Wondering. Not knowing what or who will be next. E no meio disto tudo esforçar-me para ser uma boa pessoa, e não espezinhar ninguém... which is nice