domingo, 16 de outubro de 2016

Disciplina, Trabalho e Obediência para esta Geração!


E voltam a votar num proto-ditador fascista a seguir? (permitam-me iniciar já com Godwin’s Law na linha 2)

Circula na internet um daqueles textinhos de revolta[ORIGINAL NO FIM DO TEXTO], que partilhamos sem sequer pensar bem, e que começa com o (já de si algo brega):

Recadinho para a geração que acha que pode tudo”  (não consigo não ler isto com o mesmo tom de voz do taxista que recomenda violar meninas virgens...ó fachabore!)

E a seguir embrenha-se numa glorificação do passado, pintando-o como se antigamente é que era tudo bom, éramos todos...quê, beatos a trabalhar no campo, com o suor do nosso rosto, a respeitar os papás e a as mamãs, a ajudar em casa, a ir para a cama a horas, a saber o que a vida custa? I call bullshit. 

A conversa de que “esta geração está perdida” vem dos tempos em que Platão dizia isso de Aritóteles, isso não é nada de novo... A geração nascida nos anos 50 foi o desgosto dos pais, sem saberem o que é guerra, com aqueles cabelos, ui, os valores estavam perdidos! 

Chutemos esse argumento para o lado, que pessoas são pessoas. “No meu tempo”, amigas minhas apanhavam de cinto e colher de pau, tratavam o pai por você, faziam a cama antes de sair de casa e a seguir iam pinar para o quartel, aos 13 anos. Não jogávamos pokemón nem tinhamos smartphones, mas víamos TV toda a tarde, e se não havia ténis de marca bem que tínhamos pena, mas sempre houve quem tivesse.

O pessoal mal-educado? Sempre o houve. Se calhar não andavam era tanto na escola. Ou então mantinham-se na linha à força de reguadas para ir descarregar noutros lados. Ou era tudo super cívico, nos anos do antigamente?

Custa-me a constante publicidade a conceitos eufemizados de “correctivos, castigos, disciplina, obediência” como se isso fosse a solução para qualquer mal. Aliás, não é para qualquer mal, é para o caso proverbial do miúdo que faz uma birra esperneante no supermercado, eunquanto chama “puta” à mãe... Ui, somo logo todos especialistas. Especialista a explicar como é que nunca deixaríamos deixar uma criança fazer aquilo, em como não admitiriamos, em como duas lambadas na tromba resolveriam o caso, e como levou poucas quando era pequeno, porque nós sempre levámos e oh, estamos óptimos! Por isso: Mais porrada pa cima deles, que o mundo não é só facilitismos!

Depois o mais curioso é pensar que as pessoas mais bem-formadas que conheço não levaram tratamento fascista em casa. Levaram uma educação democrática, em que não é preciso bater, em que se pode ser um indivíduo, em que os pais não são infalíveis, em que há incentivo à criatividade e à independência, em que há confiança e conversa em vez de medo definido como “respeito” e obediência. Em que há bom senso.

Obediência, meus caros, é para os cães. Entre pais e filhos quero acreditar que há algo de mais sofisticado, porque senão acabamos com macaquinhos de circo treinados, em vez de educados, e isso não serve de muito à nossa sociedade.

Não digo que não haja margem de melhoria em muitos seios familiares, mas já dei aulas, e sei perfeitamente como são as famílias dos miúdos que mais dores de cabeça me davam, e da minha experiência os mimados consumistas eram o menor mal. 

Os mimados consumistas só perdiam uma parte linda da vida, que é o mundo real, e a experiência empírica, e o sucesso pelo próprio esforço. 

Mau mau eram aqueles pais que se vinham vangloriar das sovas que pregam nos filhos em casa, e em como os punham de castigo, e como já lhe tiraram a playstation, e ainda me aconselhavam a pregar-lhes eu umas chapadas também, porque “só assim é que ele aprende”. 

Isso sim é triste. E claramente não funcionava, né?

"Recadinho para a geração que acha que pode tudo e para os pais que ensinam os filhos a serem consumistas !!! 😉
Eu cresci a comer comida que os meus pais podiam por na mesa, sempre respeitei os meus pais e as pessoas mais velhas... Tive TV com 4 canai
s a preto e branco e não mexia para não estragar e antes de sair para a escola fazia a cama. Bebia água de torneira, andava descalço, ténis baratos e roupas sem marca, não tive telemóvel nem tablet e muitos menos computador...
Ajudava a minha mãe nas tarefas de casa, e não achava que era exploração infantil, tinha horário para dormir.
Quando tirava boas notas não ganhava presentes, porque não tinha feito mais que a minha obrigação. Notas baixas eram castigo, apanhava quando fazia das minhas e isso era apenas um corretivo e não caso de polícia!!
Se também fazes parte desta elite, cola isto no teu mural para mostrar que sobreviveste.
Menos frescura e mais disciplina para estas gerações!!!! É disto que o mundo e as crianças estão a precisar.
Ordem, Respeito, Disciplina, Bondade, Educação, Obediência e Amor...
Por um mundo onde não haja só direitos, mas também Deveres! infelizmente com tanta modernidade estão a acabar alguns valores."

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