domingo, 25 de dezembro de 2011

As mulheres são todas iguais (?)

Eu e a minha estúpida mania de fazer zapping no rádio porque só dão anúncios enquanto conduzo, enquanto olho para o retrovisor pra ver quantos carros tenho atrás de mim, baixo a pála do sol e vejo se não tenho borrões nos olhos, e entretanto mexo no cabelo, e dou uma olhada ao telemóvel e, cúmulo dos cúmulos... como um Kinder Bueno... que entretanto partilho com o banco do carro e as minhas calças lavadinhas...

Este pequeno parágrafo no FB de uma boa amiga deu-me que pensar. Há uma coisa que eu detesto que me digam: “Vocês são…”. É um bom início de frase para me despoletar. Vocês quem???

A resposta geralmente é “vocês, as mulheres…”. Pois bem, eu não sou AS mulheres. Na melhor das hipóteses sou UMA mulher, e se há coisa que não me cai bem é ser generalizada com uma infinidade de seres tão díspares uns dos outros quanto…sei lá…quanto carros! Isso, carros. Aí está qualquer coisa com que vocês, os homens, se devem conseguir identificar: Dizer que “as mulheres” são iguais, é como dizer, a quem quer comprar um BMW: “Oh, compra antes um Fiat Panda, é a mesma coisa, e fica-te mais em conta!”.

Mas esperem…ups…acho que estou a cair no mesmo erro! O que eu quero dizer é que eu sou um…um…sei lá, um Land Rover com alguns defeitos na transmissão, e não tenho nada a ver com um Ford Ka, ou com um Micra a não ser o facto de ter 4 rodas. A maior parte das vezes, pelo menos. Depois, há alturas em que me sinto num parque de vendas da Peugeot, recheado de modelos absolutamente iguais. Sim, porque há alturas em que, afinal de contas, somos um bocadinho iguais.

Concordo que a pala do sol, com o vanity mirror no interior, é dos acessórios mais importantes no interior de um carro, por exemplo. Vivo lindamente sem ar condicionado, mas nada me faz mais confusão que baixar uma destas palas e não ver NADA. Por momentos dá-me aquele choque de sentir que fiquei invisível ou invisual, e depois uma frustração em nada proporcional à situação: ELPE! E se estou com borrões nos olhos…? Ou com pêlos no nariz? (Não que eu consiga fazer alguma coisa aos pêlos, enquanto conduzo, se os tiver, mas sempre me consciencializo, certo?) Começo logo a encontrar borbulhas que precisaria, imediatamente, de verificar ao espelho…

E a questão do telemóvel… grande chis-dê, em vocabulário afeicebucalhado! Por vezes chega a parecer um ritual: Zapp no rádio – espreita o espelho – vê o telemóvel – zapp no rádio … E é ridículo: Temos o raio do engenho a vibrar, não sentimos vibração, ergo: Não temos nada de novo nele, não vale a pena carregar para confirmar. E ainda assim confirmamos. E depois espreitamos o espelho, para ver se tá tudo no sítio, caso nos cruzemos com a pessoa que não nos está a mandar mensagens… E o pior de tudo, é ter noção perfeita de quão ridículo isto tudo é. Sabemos que nos maquilhámos em casa, que estava tudo bem, e sabemos que não há mensagens novas no telemóvel.

Mas, já agora, vamos dar uma vistinha de olhos… e um toque na franja.

PS: Fiquei mais descansada agora: sempre há uma parte crucial do texto da minha amiga com a qual não me identifico nada: As calças lavadinhas. Isso eu de facto não tenho, nem quase me lembro o que seja. Afinal, sempre somos todas diferentes umas das outras. Dois pontos – Tracinho – Dê.

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