domingo, 25 de dezembro de 2011

Falando de Pro-formas de Natal

Há aquele – como diriam os brasileiros – aquele negócio do milagre natalício. O resultado da imaculada concepção, comemorada a 8 de Dezembro (nunca percebi como é que isto bate certo com um tempo de gestação mais ou menos fisiológico, mas pronto, tenhamos fé), e bafejado por vários tipos de ruminantes, por exemplo. Ou o velhaco Scrooge a cair em si e a salvar o pequeno, enfezado, tísico e fracote Tim.
Mas eu hoje quero mesmo abrir uma categoria nova: Os mistérios de Natal.

Vou-me debruçar sobre um mistério específico, e, como não podia deixar de ser, não é para falar bem. E é este o mistério das mensagens pro-forma. Sim. São aquelas sms - sem dúvida bem-intencionadas - mas absolutamente inúteis que me entopem o telemóvel nas alturas de festa, com destaque para a quadra presente. E noto que a cada ano que passa me torno menos tolerante. Estou quase a atingir o patamar da má-educação em que respondo com vocabulário personalizado mas pouco senhoril a recomendar que coloquem tais manifestações de espírito natalício onde o sol não brilha e os Oxiurus vermicularis se contorcem. Calma, ainda não estou lá. Mas que me falta a pachorra, falta. E é para todas! TODAS.

As que tentam ser engraçadinhas e falam de renas bêbedas, Pais Natal em greve e traseiros de duende; as melosamente sinceras à la chapa 7, que querem honestamente que todos os meus desejos mais íntimos se realizem (acreditem, you don’t!), ou que me categorizam como “aqueles que … [inserir opção com a qual se identifique]; as artisticamente empenhadas, que armam pinheirinhos de asteriscos com bolas de parênteses (ou parêntesis); em suma todo o resultado de polegares velozes que me leva a pensar que eu sou “todos os amigos”, “uma pessoa especial”, “vocês” ou mesmo só um “tu”. Yeah Yeah, everyone is special. Which is the same as saying no one is.

Pessoal, acreditem, não me sinto minimamente especial ou honrada por meterem uma gaivota, um certinho, um tick, chamem o que quiserem ao tal rabisco que indica “selecionar”, na vossa extensa lista de contactos, para que eu receba uma mensagemzinha que toda a gente recebe, e que ainda por cima deve ser à BORLA.
Não é natalício. Não é fixe. E muito honestamente, acho que ninguém lê essas mensagens até ao fim. Ou então só pessoal idoso que não percebe que dá para fazer isso com um telemóvel. (Desculpe arruinar a imagem do seu sobrinho carinhoso e poeta, Tia Estrudes!)

E o cúmulo é quando elas começam a aparecer repetidas…! Segurem-me!
Enfim, o que eu queria mesmo pedir, muito sincera e honestamente, e do fundo do meu coração, e com carinho e amor, é que se não dá para me escreverem uma mensagem que se dirija a MIM directamente, e que me permita perceber isso, então deixem, não faz mal, adoro-vos na mesma, e irritam-me menos.

Portanto, a todos os que me leram, um santo Natal e que desembrulhem muitos presentes cheios de amor e paz e mais tudo o que desejam, vocês, meus amigos especiais, que estão sempre ao meu lado, e vai um brinde de vinho quente!

1 comentário:

  1. humm..tu não bebes vinho! Nem quente, nem frio... pois..li-te até ao fim, concordei-te (isto diz-se??) e quase que me apetece plagiar-te! Mas nem isso vou fazer! Até pq como repeti as vezes que fui considerada especial nas mensagens que recebi, o meu espírito natalício este ano é N-U-L-O! Tirando isso...mais palavras para quê?! GOSTO! UPS.. this is not facebook!!! But i loved it anyway :)

    ResponderEliminar