terça-feira, 12 de novembro de 2013

Breves: Piscinas e Ferrero Rocher


Já estou para os surtos de inspiração como os alentejanos para a vontade de trabalhar, de acordo com as piadas de nível básico: Quando ocorre esse fenómeno, eu sento-me, e espero que passe. Mas, e antes de fazer aqui uma ressalva para o nível de humor desejável no homem perfeito, deixem-me dizer-vos que hoje já me aconteceu duas vezes sentir-me impelida a escrever sobre coisinhas, e da segunda lá estou a concretizar. 

Já dizia uma amiga minha, numa altura mais encalhada da sua vida amorosa, em que parecia que ser uma estampa de longos cabelos esvoaçantes e um QI definitivamente acima da média não era suficiente para ter direito a um cadinho de amor: Não é preciso ser a história da minha vida, poças, mas que seja uma historinha… E assim estou eu hoje.  Catalogo esta na categoria das “breves”, também. Se não for uma entrada no blog, que seja uma entradinha. 

Até porque assim tenho algo a contrapor a quem me diz: “Moçoila, devias escrever mais”. Sim, afirmativo, tenho pessoas na minha vida que apresentam o desplante de me chamar “moçoila” e de permanecerem vivas, estou a ficar muito mansinha.

Quanto ao humor, e só para não vos deixar desinformados, eu diria: nada de piadas de alentejanos, nada de piadas de anões, nada de piadas de gays. As de loiras escapam, vá, essas eu gosto, apesar de nunca chegarem ao nível dos Monty Python e congéneres, obviamente. (As piadas, não as loiras.)

Mas eu ia mesmo falar era de um fenómeno saudosista que ocorre por vezes quando lavamos a cara ou tomamos banho (ou até ambos em simultâneo, imaginem): O flashback para o verão das nossas vidas quando nos entra água pelo nariz acima e vai até ao cérebro. É aquele formigueiro de pré-espirro, um cheiro a cloro sem cloro que vai com pedaços de relva nos pés e um baixo-relevo de relva nos cotovelos. 

Para mim é aquele puto do 9º ano que nunca me ligou pevas porque eu estava no 7º e as minhas maminhas não acompanharam a rapidez do meu desenvolvimento intelectual e do crescimento dos meus pés, ao contrário das das minhas amigas, que eram sardinhas curvilíneas de boa estirpe portuga. Mas definitivamente piscinas municipais. Não tanto praia, embora também possa acontecer, mas piscinas mesmo. E se houver aquele eco de paredes de azulejo e um coro de vozes cacofónicas a rir e a berrar, aí então é que quase me dá vontade de cantar o fado…

O segundo fenómeno é o consumo de ferrrrrerrrro rochers (chego à conclusão que os seu comer, mas não os sei escrever, analfabeta ignóbil). O fenómeno em si, creio que seja vosso conhecido, mas serão vocês também do estranho grupo que propõe o consumo das ditas bolinhas em camadas concêntricas?

Primeiro a Crosta - Camada superficial sólida, com, em média, de 3 a 4 mm de espessura, mas que pode ser bem mais fina, para vosso desgosto, e ter bem menos irregularidades de amêndoa que o desejável, porque alguém se sentou em cima do produto inicial e deixou os bocadinhos de amêndoa num aglomerado triste no fundo do papelinho dourado, de onde os podemos aspirar no fim, com um movimento de shot rotineiro.

Depois, na Wikipédia diz que é o Manto  - Camada viscosa logo abaixo da crosta. É formada por vários tipos de rochas que, devido às altas temperaturas, se encontram num estado complexo que mistura materiais fundidos e sólidos e recebe o nome de magma. Mas isto é mentira. Toda a gente que conhece ferrerro rocherrrrr (jesus, a ortografia!!) sabe que isso é só o passo três. Antes disso temos a Crostinha, que é a camada abaixo da crosta, e que é feita de uma bolacha frágil, pela qual podemos raspar os incisivos para descascar a crosta de amêndoa, e a qual até não suja muito os dedos. Abaixo dessa, sim, a mistura de materiais fundidos semelhante a nutella! 

Próximo passo será dividir a esfera menor, rodeada de crostinha, de forma a expor o núcleo interno, externo e avelanoso. E aí separam-se os meninos dos profissionais, pois há quem, com os dedos enfiados algures entre a crostinha e o manto quiçá na descontinuidade de Mohorovicic, consiga ainda levar ao cabo manobras na própria avelã…

Mas isso para mim é sismologia quase no domínio da ficção científica. Até porque eu…eu como-os em duas dentadas, e a única coisa que acho razoável fazer, é separar a avelã em metades, para ter uma metade em cada dentada. Sou mesmo labrega…

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