A umas ruas daqui, em frente a um supermercado cujo nome não vou divulgar, por razões de descaracterização
das personagens envolvidas, trabalha um polícia que é uma réplica
assustadoramente fiel do Clancy Wiggum, polícia dos Simpsons.
Tudo bem, o homem não é amarelo,
mas de resto exibe uma panóplia de comportamentos “políciamente incorrectos”
que me deixa algo desiludida com o braço forte da lei, tal como o seu homónimo
cartoonesco. Para já, se não está a comer, está a fumar ou a falar ao
telemóvel, e se está a falar ao telemóvel, fá-lo alto e com bom som, deixando
claro que não é uma conversa breve e importante, mas uma daquelas discussões
pontuadas de "tás a ceber?"... "mas tás a ceber o qu’eu te digo?..." "vê se
pecebes!" (e o interlocutor claramente apresenta relutância em perceber).
Ah, e é barrigudo e com má
postura. Nada contra barrigudos, mas avaliando a clientela que se desloca ao
local, fica-me difícil acreditar no valor dissuasor do agente no que toca a actos
criminosos... é que é fisicamente impossível alguém não perceber que é
fisicamente impossível (perdoem a repetição) aquele homem aguentar mais que 25
metros de corrida lenta, antes de cuspir um pulmão e um donut semi-digerido, se
for preciso ir ao encalço de algum jovem e longilíneo infractor de ténis Nike.
Não percebo para quê as provas
físicas dos concorrentes a postos na polícia ou GNR, se depois, uma vez lá
dentro, os vão deixar, como direi, Wiggumizar tranquilamente...
Não quero com isto dizer que todo
o polícia tem de ser um Arnold Schwarzenegger nos seus dias de maior vigor, mas
que pelo menos sejam minimamente aptos à deslocação horizontal, caramba...
Provas anuais de fitness, boa? Manter um mínimo, dependente da idade, vá, que
permitisse que um agente não fosse uma presença anedótica como aquela.
Porque se aquele senhor me dá vontade,
a MIM, de roubar um champô só para ver o que é que acontece, imagino a alguém
com um pouco mais de...chunguice do bairro.
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