terça-feira, 3 de agosto de 2010

Collusseum F...

O Grande F

Infelizmente tenho uma triste comunicaçao a fazer… o capitulo intitulado Veneza-Florença e toda a nossa maravilhosa estadia por lá esta perdido, ou pelo menos está perdido o que ja existia dele. E vai demorar um pouco a publicar.

Escrevo-vos estas linhas de um teclado italiano em Roma, sem tis nem acentos (pelo menos onde eu os consiga encontrar, e nao me apetece fazer alt+fdx+ctrl_3 cada vez que quiser um acento agudo) o que me abranda consideravelmente e irrita na mesma proporçao.

!!!!EDIT dia 19 de Agosto para correcção um teclado civilizado!!!!


E com alguma tristeza vos relato o f*dão do século! Pensavam que pagar 4 euros por uma garrafa de agua era um f*dao? Pois reconsiderem, e redefinam o conceito de f*dão. Não, não perdemos a mochila das coisas de banho. Não, não perdi os meus ténis novos da adidas, de 75 euros. Não, não fiquei sem a mochila que continha toda a roupa. Também nao foi caso de ficarmos sem os sacos de comida e do camping gás. Nem foi perder o laptop, ou, imagine-se, perder os três passes de interrail. Nada disso.

Mas se imaginarem isso tudo junto, já ascende a um f*dão razoavel, boa? Entao acrescentem a essas circunstâncias todas perder as calças de ganga preferidas, e ficam com uma descriçao bastante completa daquilo que nos falta neste momento. 

Neste momento estou em Roma sem Interrail pass, que não é reembolsável, sem calças (mas dando graças a Deus de o meu lovely Mr.X ter uma figura quase tão linda como a minha, o que leva a que as calças dele me sirvam, ficando-me, inclusivé, razoavelmente bem: nas palavras de um deles “atão não é que a gaja fica boua nessas calças?!”...do mal o menos.) e, muito irritantemente, sem o meu pequeno laptop, que tinha trazido contra o meu better judgement e que, tendo-me sido oferecido nos meus anos (26 de janeiro, para os mais distraidos) tem servido de distração à minha mamae, que, aquando de 14 de Fevereiro me arruinou o dia dos namorados partindo as duas perninhas (sim, tenho uma vida dramática) de modo a que mal tive tempo de o usar. Só tinha começado uma traduçaozinha nele, que agora devo ter que refazer, pois penso que o meu menino por estas horas deve estar a ser vendido de candonga em Nápoles...mas estou-me a adiantar.

Em Florença tudo correu muito, muito, bem. Como depois lerão. Apanhámos o comboio das 21:13 de lá para fora, sem pagar reserva (inedito!!!) e a dormitar, a ver filmes no pc, e a escrever as entradas do blog, seguimos ate Roma, a nossa próxima paragem.

Chegámos à linda cidade dos gnrblgnrbls-basiliscopelasnalgasacimagrrr por volta da meia noite e meia, cansados mas contentes com o timing maravilhoso, e abancámos na estação. Era dificil encontrar hostel aquela hora, e queriamos apanhar a bilheteira logo às 6 da manhã, quando não há filas, que costumam ser terriveis. Ao fim de pouco tempo, estava eu a engolir a primeira colher de cereais com leite, aparece a policia, que nos manda sair da estacao porque esta ia fechar. E lá se foi o nosso spot fixe, com luz e vigilância. Saimos - pois que remedio, - e começámos a descida para a desgraça, ao recusar um sujeito cheio de panfletos, que nos tentou impingir um hostel à saida. Queriamos esperar aquelas horinhas sem gastar dinheiro. Hahahah.

Andamos uns 100 metros e abancamos sofremos o colapso cansassis num parque de estacionamento, bem iluminado, debaixo de umas arvores frondosas. Estava toda entusiasmada com tudo, eu, e tive vontade de fazer referência ao meu estimado ex, o most knowledgeable Mr. Filipe Máximo (sei que não o disse muitas vezes ao longo de oito anos, mas o homem estava carregado de razao nesta!). É que estava tudo cheio de mitra. Mitra italiana e de outros paises, mas da pior espécie. Se fosse com o meu ex-respectivo nem pensar que eu sequer ali me sentava, quanto mais deitar-me dentro de um saco de cama, mas olhem, a viver é que se aprende.
Tomei as devidas precauções: coloquei o meu dinheiro, o meu passaporte e cartão multibanco dentro de uma bolsinha que tenho ao peito, deixei a carteira com cinco euros (“todo” o nosso dinheiro em caso de assalto) dentro da minha malinha que usei como almofada e ainda pensei em por o PC no fundo do saco de cama, mas nao o fiz. Descalçei-me, e deitei-me. Voltei-me a levantar, pois estava demasiado segura, e troquei as calças de ganga por uns calções (e vá lá não me pôr de cuecas). Agarrados às malas, adormecemos. O pior foi que adormecemos os três, ainda nos fartámos de gozar com a vigilancia do Mr.Y, mas até ele nessa noite cedeu ao sono – erro crasso que ainda choramos.

Por volta das sete da manha, acordamos ao som de “Ragazzos, ragazzos! No povele durmire questo! Nunidiamo, pesto spaghetti! Urdimos!” Abananados erguemos as cabecinhas e fiz o meu melhor PR smile: Com certezza, tutti certi, tutti beni, vamini presto e com pesto!
Os dois policias seguiram, e nós levantamo-nos, olhamos à volta, fizemos um double-take: Ondéque…pera lá…ondéque…ó Mr.X…naaaa…
Faltavam-nos duas malas. A minha mochila completa (Moxila), com tudo, desde cuecas a laptop e desodorizante, os meus tenis novos (e giros) e, laste bute note leaste, la cosa nostra, nostro Interraglio!!!
Todos os nossos passes. Gone. Bye-bye. Gone, baby, gone. Perdidos para sempre às mãos de um qualquer ladrão ao qual nao desejo senão que lhe dê cancro testicular e que lhe mirre e apodreça a minhoca do tamanho de um amendoim que o faz ser porco ao ponto de roubar os ténis a uma senhora que dorme! Tenho o dito. E é um mal que nao pode fazer ricochete, disso precavi-me. Não me afectaria.

Questo, e desta forma, sentimos a potenzia do F*DÃO mestre, enquanto normalizavamos os nossos nervos e perseguiamos os policias pelo estacionamento a fora: Nada beni, nada beni, afinali roubarinos tutti, ate as cuecci!! (Eles nao perceberam a parte dos cuecci, mas era irrilevanti. Só me ocorria que se eu tivesse de facto tirado os calções tambem teria de correr em cuecas mesmo, para além dos chinelos nr.43 do Mr.Y que tinha enfiado à pressa.

Neste esplendor todo, depois de uma reprimenda paternal que ja de nada adiantou “No, meh whye you esleepe here?” de mãos atiradas ao ar em forma de bico de pato desesperado, seguimos para o offizio dos carabinieri onde viria a passar a manhã com um duplo do Robert de Niro, que era senhor dos perdidos e roubados estrangeiros, e que tinha um feitio e uma atitude péssimas. Aí sim, vi o que era estar pior que nos...pior era ficar também sem dinheiro e sem passaportes e nao falar inglês, como vi acontecer a uma miúda da Coreia do Norte, que ajudei o melhor que pude, enquanto o Sr. De Niro gritava com ela: Spique Ingliche? Yes? No? Not a leettle, YES, or NO???
O senhor era uma fera, mas comigo não ia ter sorte nenhuma. É para estas alturas da vida que treino, e ao fim de quinze minutos era a Ms Sophie, que tinha direito a olhares cúmplices e a ser tratada pelo nome. Ah pois é bebés.
No fim da denuncia, ele autorizou o Mr.Y a copiar o texto descritivo “ove your girlfriende”, ao que eu me desmachei a rir e disse ao Mr.Y: “See, you just got yourself a girlfriend!”. E não é que a criatura me responde: “Oh, is not girlfriende? Ah, ise still available?”
Já tenho tido umas boas, mas esta foi de facto das mais comicas intervenções de bate-couro das quais tenho memoria…

Na última meia-hora ainda conhecemos dois jovens que tambem vinham participar um furto, um alemão lindo de morrer, e uma miúda african-american, sobre a qual o Mr.Y insiste que eu adicione que ele se babou todo, e que nos deram umas óptimas dicas. É à pala deles que estamos aqui num parque de campismo com tendas com camas do Ikea, a 11.50€ a noite, com piscina e tudo, e montes de visitas guiadas de borla.

E agora tenho de ir comer, senão amanhã nem neste teclado vos escrevo.

Bacci**
Ms Sophie

1 comentário:

  1. Nunca ouvi tantos palavrões vindos de ti como desde que comecei a seguir este blog LOL! Quanto ao resto, terias duas opções para evitar o problema: a) tinhas levado o Winstinho contigo, que mesmo que ele não fizesse grande coisa aos assaltantes, no mínimo enchia-os de lambidelas e mantinha-os ocupados para não vos roubarem. Ou b) ir à Finlândia visitar o irmãozinho em vez de andar feita nómada a dormir ao relento pela Europa :P

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